Crítica Estruturada

        Ao "bater os olhos" nas imagens de Rafael Dapieve consigo identificar uma disposição de imagens que me provoca conforto. Sua forma de distribuir as imagens no espaço fornecido, fazendo uso de diferentes tamanhos, me transmite ordem e cuidado, sentimentos necessários para alcançar as dobraduras fotografadas, mostrando um cuidado especial na forma como seriam organizadas. 

        Quanto as imagens, as diferentes disposições e ângulos utilizados na hora de fotografar, dão a cada imagem, ainda que do mesmo objeto, diferentes ares. A fina tira de fotografia abaixo das demais em especial me chamou a atenção: o ângulo da fotografia, a luz esmaecida, os tons de cinza e a possibilidade de identificar a textura do material dão a foto um toque suave ainda que firme, dando a impressão de uma construção como por exemplo um trabalho na cobertura de alguma arquitetura.

        Da esquerda para a direita as fotos que mais me chamaram a atenção foram a terceira e a quarta e muito disso tem a ver com a forma como a luz e o papel interagem dentro do enquadramento proposto: essa combinação dão um ar de sofisticação e, na foto 3 em especial, a forma como as dobraduras interagem dão um ar novo a obra, quebrando o padrão das fotos anteriores, onde era possível identificar a existência de 2 objetos.

        Já as fotos 1 e 2, a disposição das dobraduras me parece comum, não traz uma quebra de expectativa como as demais. A forma como elas se dispõem criam espaços centrais onde não se é possível identificar qualquer coisa, como se criasse uma "zona morta" exatamente no centro da obra, causando certo estranhamento, juntamente da presença dos tons de preto que quebram com a escala de cinza em tons mais claros, chamando a atenção para esses pontos.


        Nas imagens de Alessandra Alzamora é possível identificar um jogo de cores em combinação com a luz e a superfície reflexiva. Embora não conte com um padrão/organização na disposição, cada imagem, em minha opinião, cria seu próprio espaço devido às suas singularidades, chamando mais atenção para a imagem do que a disposição em si.

        Da esquerda para a direita as fotos que mais me chamaram a atenção foram a primeira e a terceira devido ao tom onírico de cada uma. Cada uma me passa a ideia de liberdade e voo, embora, também, solidão - características comuns de sonhos. A forma como o objeto interage com as luzes e o a superfície realçam a ideia de imaginário. As cores em arco-íris acentuam a sensação de voo, de céu e contrastam bem com as cores escuras do ambiente, chamando a atenção para si. Já a terceira imagem, o leve desfoque presente remete a confusão do sonho, e o tamanho do objeto em relação ao espaço presente no enquadramento junto do reflexo da superficie, transmite delicadeza e solidão.

        Na segunda e quarta imagens a forma como foram feitos os enquadramentos me causam estranhamento: na segunda imagem a presença das sombras, a escala de cinza e a distância da foto dão a ideia de morte, diferente das infinitas possibilidades que as duas supracitadas transmitiam. Já a quarta foto, a proximidade com a câmera causa sufoco, aprisionamento, como se o objeto estivesse preso e não mais livre, embora contasse com as mesmas cores vivas da primeira foto.


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